Hugo Albuquerque

Como a austeridade está por trás do incêndio do Museu Nacional?

A tragédia que fez museu ser tragado pelas chamas é fruto de cortes e falta de verba para manutenção, como explicam os autores do livro Economia para Poucos ao destrincharem as consequências da austeridade. Pesquisadores ainda alertam que com a PEC 95 do congelamento dos gastos a tendência é que tudo se deteriore ainda mais rápido. O Museu Nacional, literalmente, pegou fogo. Mas isso não foi um acidente ou um acaso do destino. É um projeto: as consequências da austeridade. O museu, com seu riquíssimo acervo, foi deixado às traças ao ter sua pequena verba de manutenção cortada e contingenciada, enquanto juízes...

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Lutz Taufer: Atravessando Fronteiras

Atravessando Fronteiras: da guerrilha urbana na Alemanha ao trabalho comunitário nas favelas brasileiras é o mais novo lançamento da Autonomia Literária. Obra icônica, narrada em primeira pessoa, por Lutz Taufer (1944), militante alemão do movimento antipsiquiátrico e, depois, membro da segunda geração da RAF, a temida Fração do Exército Vermelho, guerrilha urbana alemã ocidental dos anos 1960 e 1970, presente no célebre sequestro à Embaixada Alemã em Estocolmo e, depois de anos de prisão, ativista social nas favelas brasileiras. Mais do que o ato de cruzar dois mundos tão diferentes quanto Alemanha e Brasil, Taufer atravessou fronteiras de todos os tipos...

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O Que Esperar do México de AMLO?

Andrés Manuel López Obrador, o AMLO, sacudiu por inteiro o cenário político mexicano com sua eleição presidencial. Será que ele conseguirá remodelar seu país? Por Edwin F. Ackerman* para Jacobin Magazine (Tradução de Aldo Cordeiro Sauda, revisão e edição de Hugo Albuquerque) É difícil superestimar a dimensão da vitória de Andrés Manuel López Obrador , o AMLO como é amplamente conhecido no México, nas eleições presidenciais de seu país neste último domingo. AMLO ganhou com 53% dos votos, incríveis 30 pontos percentuais a mais que o segundo colocado, o direitista Ricardo Anaya. O presidente eleito do México obteve a maior quantidade...

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Jean Tible – A esquerda se divide em dois polos: quem celebra e quem detesta Junho

Em entrevista ao IHU online, Jean Tible, autor de Marx Selvagem que ganhou novíssima edição que está prestes a ser lançada pela Autonomia Literária no evento América Des-coberta, fala sobre o estado da arte da crise da esquerda brasileira, impasses e alternativas para se constituir novos caminhos. Por Patricia Fachin para o IHU Online “A esquerda se divide em dois polos: quem celebra e quem detesta Junho”, resume Jean Tible à IHU On-Line, na entrevista a seguir, concedida por e-mail. Segundo ele, o “polo” que existe entre a esquerda anti-Junho e a pró-Junho também foi manifestado na greve dos caminhoneiros, que aconteceu no mês passado. “É curioso como parte da esquerda tem...

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Depois do Colonialismo Mental: Mangabeira Unger e um Projeto de Nação

Depois do colonialismo mental: repensar e reorganizar o Brasil, de Roberto Mangabeira Unger, chegou às livrarias. Professor de Harvard e ex-ministro de Estado, Mangabeira teve entre seus alunos ninguém mais ninguém menos do que o ex-presidente americano Barack Obama. Nessa edição, com direito a um Sebastião Salgado na capa e um prefácio especialíssimo de Caetano Veloso, em um combo único de brasilidade, Mangabeira trata do hercúleo desafio de repensar e reorganizar o país. 

Os lançamentos do livro, em São Paulo e Rio de Janeiro — na última, com a presença ilustre do próprio Caetano — materializaram essa peregrinação cívica do professor e uma busca por um experimentalismo: como superar a polaridade entre PT e PSDB sem naufragar num utopismo vão ou, pior, cair no conformismo cúmplice dos nossos problemas ancestrais?

Mangabeira, por sinal, já atentava para uma crítica severa a PT e PSDB, e da coesão da polaridade entre entre os dois, muito antes da crise que agora os põe em xeque juntos — e ainda que não se concorde com as observações do autor, é necessário reconhecer que alguma coisa ele anteviu: sobretudo quando a intelectualidade brasileira, quase em sua totalidade, entendia ser a Nova República mais firme do que realmente é e que, ainda por cima, PT e PSDB, cada qual em seu lado do ringue, conseguiam sintetizar com grande efetividade nossas aspirações.

A própria obra lançada é uma prova desse aspecto visionário de Mangabeira, reunindo escritos atuais e alguns de anos recentes, sobretudo do ciclo que se inicia com a vitória de Lula — a quem Mangabeira, mesmo sem apoia-lo inicialmente, resolveu apoiar na reta final de 2002 e no governo do qual integrou os quadros ministeriais. Assim, o livro ganha aspecto de documento histórico, de uma das testemunhas oculares da história política do Brasil no século 21.

Nas palavras do próprio Mangabeira, esse chamado a um projeto nacional passa por “”. Em vez de repetir modelos estrangeiros, ou se entregar ao fatalismo da nossa existência enquanto país periférico. No momento atual, com o país em grave crise econômica, política e social — efeito do fracasso anunciado da presidência de Michel Temer —  as instituições e a sociedade se esgarçam radical e velozmente, esse livro de Mangabeira contribui com novos horizontes e, também, abre um debate necessário.

Mangabeira encontra Caetano, por sinal, em um ponto curioso, que é a figura de Leonel Brizola, ponto no qual ambos se reencontram na figura de Ciro Gomes hoje instalado no PDT brizolista.

Nesse sentido, antes de adesões e críticas apressadas, é preciso ler e entender Mangabeira

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De Canudos à remoção da Nazaré: o 7×1 das violações de empresas alemãs no Brasil

Por Luís Eduardo Gomes para o Sul 21 O que o massacre de Canudos, narrado no livro Os Sertões, de Euclides da Cunha, tem a ver com a remoção de mais de duas mil famílias da Vila Nazaré para a ampliação da pista do aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre? O envolvimento de empresas alemãs. O histórico de violações de direitos humanos das companhias germânicas, que une essas remoções de comunidades pobres separadas por milhares de quilômetros e mais de um século no tempo, é o tema do livro Empresas Alemãs no Brasil: O 7×1 na Economia, que teve seu lançamento em...

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Toni Negri: O que se Esconde por Trás da Crise Italiana?

O pensador e militante revolucionário Toni Negri analisa a grave crise italiana, antevendo o impasse pós-eleitoral atual, o qual põe em xeque não só a União Europeia como joga querosene crise política global. Entrevista de Toni Negri para Francesco Oggiano para a Vanity Fair italiana  (Tradução Hugo Albuquerque) Nota de Tradução -- Pouco antes das eleições italianas de 4 de março último, Toni Negri, autor de Marx além de Marx, Verdades Nômades e personagem central de Negri no Trópico, todos publicados pela Autonomia Literária (o segundo publicado em parceria com a Editora Politéia e o último com a N-1 e a...

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Quais as Razões da Ocupação Negra na PUC-SP?

Por James Hermínio Porto Silva Os estudantes de Serviço Social da PUC-SP ocuparam os dois prédios do campus Monte Alegre, em Perdizes, contra o racismo institucional na contratação de professores negros. Não faço parte do curso ou da ocupação, mas como graduado na PUC-SP, posso dizer a razão dos estudantes estarem certos. Passamos e ter negros estudando em universidades, mas a pergunta que se coloca é: e os professores?  Minorias nas universidades: lembrando o que todo mundo sabe "Nas universidades brasileiras, apenas 2% dos alunos são negros", era uma das falas de Primo Preto, mais um sobrevivente, na música Capítulo...

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Chegou Maio de 68: A Brecha: um Jovem Cinquentão no Brasil

Finalmente, Maio de 68: a Brecha ganha uma edição em língua portuguesa e nós da Autonomia Literária temos a honra, neste cinquentenário da Revolução Global de 1968, de apresenta-la ao público brasileiro. A icônica obra, escrita pelo memorável trio formado por Cornelius Castoriadis, Claude Lefort e Edgar Morin, ganha vida no Brasil de 2018 na fina e criteriosa tradução dos jovens Anderson Lima da Silva e Martha Coletto Costa -- com prefácio à edição brasileira do quase centenário Morin, ironicamente o mais velho dos três autores e o único ainda vivo, apresentação à edição brasileira de Marilena Chaui, ensaio crítico...

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Óleo por Sangue — O que se esconde por trás da Guerra da Síria?

Em entrevista para o site da Pressenza, nosso editor Hugo Albuquerque fala sobre a estranha persistência de uma guerra cruel que, aparentemente, já deveria ter sido encerrada. Quais as questões que impedem uma paz duradoura na região? Por Giacomo Vicenzo para o site da Pressenza Recentemente Trump decicidiu não renovar o acordo Nuclear com o Irã, que impede que o país volte a produzir armas nucleares em troca de não receber sanções econômicas dos EUA. Irã e Rússia são os principais aliados da Síria ao lado do governo de Bashar al-Assad que recebeu bombardeios na madrugada de 13/04 em represália ao suposto ataque...

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Direito para quê?

Qual o papel dos juristas no debate sobre o projeto de país nas eleições de 2018, e o que Direito pode fazer por um projeto de desenvolvimento nacional. Por Karina Patrício   O debate sobre o futuro do país no cenário eleitoral de 2018 se perfila como de altíssimo conteúdo econômico. Também, pudera. A imposição de um programa neoliberal sem respaldo democrático, o qual tem trazido recessão, perda de direitos e entrega do patrimônio nacional ao capital estrangeiro, tem ocasionado grandes questionamentos na esfera pública. Esse cenário leva, no jogo democrático, a um debate necessário sobre qual é o modelo...

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Estados Unidos e Israel vão à guerra contra o Irã?

No delicado cenário do Oriente Médio, Irã e Israel, as duas maiores potências militares da região, se atacam mutuamente, enquanto Trump retira os Estados Unidos do acordo nuclear com os iranianos, uma grande guerra estaria para explodir na região? Por Patrick Cockburn (tradução de Hugo Albuquerque e Manuela Beloni) Israel lançou seu maior ataque contra as forças iranianas na Síria e não há dúvidas de que isso é um desdobramento gravíssimo. No entanto, os variados e incontáveis relatos de um Oriente Médio à beira da guerra não nos ajudam a compreender, de forma plena, os motivos e intenções dos vários...

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Chegou o novo Marx Selvagem, (quase) cinco anos depois

Marx Selvagem, de Jean Tible, ganha nova edição pela Autonomia Literária. O Brasil em que o Marx Selvagem retorna, no entanto, é outro, mais sombrio e perigoso, mas talvez por isso a obra faça cada vez mais sentido. Como bem lembrado por Jean Tible, na sua nota à nova edição do Marx Selvagem, a obra retorna neste ano em que comemoramos os 200 anos de nascimento de Karl Marx, mas também o centenário da revolução alemã e os 50 anos da revolução mundial de 1968 -- não haveria ano melhor, ou mais cabalístico, para apresentarmos uma nova edição do livro, para...

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