Caue Ameni

Varoufakis: como, e por que, o petróleo ainda move o mundo?

Em tempos de crise aguda no Brasil, na qual a política de Temer para os combustíveis está no cerne do movimento de caminhoneiros que parou o Brasil, essencial entender a natureza do petróleo na atual economia capitalista: não só como matriz energética, sobretudo, como importante fator econômico. Por Yanis Varoufakis Trecho do capítulo "Interregno: crises do petróleo dos anos 1970, estagflação e aumento das taxas de juro", extraído do livro "O Minotauro Global" publicado pela Autonomia Literária em 2016. Logo depois, Nixon despachou seu secretário do Tesouro (um pragmático texano chamado John Connally) para a Europa com uma mensagem clara....

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Maio ou maios de 68?

Na irreparável brecha na ordem social, penetraram temáticas que nos anos precedentes estariam latentes nas lutas mundo afora. Artigo do professor da USP José Eli da Veiga para o jornal Valor Econômico. As manifestações parisienses que há exato meio século provocaram insólito abalo político foram muito mais impactantes do que ocorrências similares que desde 1967 se multiplicavam por outras plagas. Desencadearam históricas mudanças socioculturais cuja compreensão continua a desafiar as humanidades, a começar pela análise política propriamente dita. Foi só na França que movimentos de universitários e secundaristas catalisaram intelectuais e jovens operários na deflagração de greve geral que paralisou toda uma nação....

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Guilherme Boulos jantou tucano à passarinho

O coordenador do MTST e pré-candidato à Presidência da República pelo PSOL, Guilherme Boulos, autor do livro "Por que ocupamos?", foi ao ninho tucano e jantou vivo os entrevistados, demoliu o governo golpista Temer, defendeu o aborto, redução dos juros espúrios aplicados no Brasil, o fim dos privilégios, o direto dos mais pobres e mostra com o país não superou a escravidão. Quem perdeu pode ver o programa aqui: 

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1968: revoltas globais, barricadas locais

Jean Tible, professor da USP e autor de Marx Selvagem, que têm uma nova versão sendo publicada pela Autonomia Literária neste mês, aproveita os cinquenta anos do Maio de 1968 para refletir sobre a importância das revoltas libertárias, anticoloniais, antipatiarcais e anticapitalistas que sacudiram as ruas, universidades, praças, desertos e florestas de Paris, México, Palestina, EUA, Praga,Vietnã e toda parte. A barricada fecha a rua, mas abre caminhos. Uma das frases símbolos dos muros de Paris em maio de 1968. 68, uma revolução mundial. Um vírus da desobediência contagiou todo o planeta: Paris, Senegal, Japão, Vietnã, Cidade do México, Praga, Estados...

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Na África do Sul pós-apartheid: houve golpe na terra de Mandela?

O presidente sul-africano Jacob Zuma, do mesmo partido que confrontou e venceu o Apartheid, renunciou este ano depois de muita pressão, o que se esconde por trás desse movimento? Por Sean Jacobs & Benjamin Fogel, na Jacobin (tradução Hugo Albuquerque) No último Dia dos Namorados na África do Sul, em 14 de fevereiro, dia de São Valentim, Jacob Zuma anunciou ao mundo que renunciaria à presidência de seu país. No começo daquele dia, Zuma fez um discurso surreal e desconexo escamoteado de “entrevista”, no qual ele insistia que não tinha feito nada de errado em seus nove anos no governo. Se...

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Varoufakis lança novo partido para enfrentar establishment europeu

Enquanto a periferia da Europa continua agonizando com o aprofundamento da crise e o aumento do desemprego, ex-Ministro lança o MeRA25, partido-movimento articulado com forças pan-europeias. Conseguirão unir forças para derrotar a Troika? Por John Psaropoulos, no Al Jazeera | Tradução de Daniel Corral Atenas, Grécia - Quando Yanis Varoufakis lançou o "Movimento Democracia na Europa 2025" (ou DiEM25 na abreviação em inglês) dois anos atrás, ele disse que o déficit democrático da Europa deveria ser enfrentado como um problema continental. Seu mandato de seis meses como Ministro das Finanças da Grécia no ano anterior havia convencido Varoufakis de que falta...

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Debate: quem paga o pa(c)to na intervenção militar?

Devido a escalada do fascismo no Brasil, a Autonomia Literária promoveu um debate fundamental no Indie Book Day, dia mundial das editoras independentes, para entender melhor as entranhas da intervenção militar, a importância da descriminalização das drogas e os problemas da segurança pública.

Todos os convidados são autores de editoras independentes: Henrique Carneiro, professor da USP especialista na história da criminalização, um dos autores do livro “Dichavando o poder”, organizado pelo Coletivo Desentorpecendo A Razão e editado pela Autonomia Literária; Rosane Borges, professora Centro de Estudos Latino-Americanos sobre Cultura e Comunicação da USP e integrante da Cojira-SP (Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial), autora e organizadora de diversos livros, entre eles, “Espelho infiel: o negro no jornalismo brasileiro” e “Mídia e racismo”; Roger Franchini, escritor e ex-investigador de polícia, autor de “Ponto Quarenta – a Polícia Civil de São Paulo para leigos” (Editora Veneta); e Acácio Augusto, professor da UNIFESP e pesquisador no Nu-Sol (Núcleo de Sociabilidade Libertária), autor do livro “Política e polícia: cuidados, controles e penalizações de jovens” (Lamparina editora).

 

CARToons para combater a ditadura dos automóveis

Jornal baiano, e um dos mais antigos do Brasil, entrevistou o cartunista Andy Singer para entender como seu humor ácido virou referência para cicloativistas, ambientalistas e ativistas no mundo todo

Por Caroline Magalhães, no Jornal A Tarde

Passar horas preso em um engarrafamento ou tentado se deslocar para algum outro ponto já virou rotina em muitas cidades brasileiras e também em outros países. Se essas situações levam muita gente a ficar estressada, elas servem de inspiração para o cartunista americano Andy Singer. O problema da mobilidade urbana é motivo de sátira no primeiro livro de Singer traduzido para português: CARtoons – Atropelando a Ditadura do Automóvel. O livro será lançado hoje, às 19h, no Instituto Goethe, no Corredor da Vitória, com a presença do autor. Logo após o lançamento haverá uma roda de conversa.

Carro x bike

A obra de Singer expõe as ruas lotadas por carros das cidades grandes, assim como apresenta a bicicleta como solução para a “ditadura dos automóveis” – o próprio Andy não tem carro e é adepto do uso da bike. “Quando você anda de bicicleta, você nota o problema dos carros. Eles são muitos, ocupam nosso espaço público, matam pessoas. Por isso, além de questões de saúde e para ter mais contato com as pessoas, eu escolho usar as bikes”, conta o cartunista. CARtoons possui, além dos desenhos tipicamente em preto e branco, reflexões sobre problemas ambientais e a indústria dos automóveis

Originalmente publicado em 2001, CARtoons chega ao Brasil pela editora Autonomia Literária e Avocado Edições com o apoio da Fundação Rosa Luxemburgo, que trouxe o artista para Salvador. Para Cauê Amori, editor da Autonomia Literária, uma das razões para publicar o livro no Brasil foi o bom humor com que Singer trata dos problemas da mobilidade urbana. “Ele satiriza aquilo a que já estamos acostumados, que é ficar duas ou três horas dentro de carros ou ônibus todos os dias. Hoje, isso é um problema global. Por isso, mesmo sendo americano, (ele) tem muitos fãs aqui no Brasil”, afirma.

A opção de abordar assuntos sérios com um senso de humor ácido tem um propósito. “Quando você faz alguém rir, você desarma a pessoa. Nós pensamos que sabemos de tudo, mas ver algo engraçado te faz perceber: ‘Isso realmente é ridículo’”, explica Singer, que já foi publicado em jornais como o The Washington Post e revistas como a The New Yorker. Singer também está participando de algumas atividades do Fórum Social Mundial.

Guilherme Boulos: quem são os sem-teto?

Trecho do livro "Por que ocupamos?", escrito pelo atual candidato do PSOL, traça o perfil dos lutadores do maior movimento urbano do país que almeja organizar 22 milhões de trabalhadores sem moradia Por Guilherme Boulos É muito comum a visão de que os sem-teto são aqueles que estão em situação de rua, que dormem nas calçadas e encontram-se no limite da miséria. Obviamente, as pessoas que foram levadas pelo capitalismo a estas condições degradantes de vida são sem-teto. Mas não são os únicos. Aliás, representam somente uma pequena parte dos sem-teto no Brasil. Como vimos no capítulo 1, o número de sem-teto em nosso...

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“Quanto mais a gente prende mais aumenta a criminalidade”, alerta o juiz-escritor Marcelo Semer

O professor deputado Carlos Giannazi (PSOL) entrevistou o juiz Marcelo Semer, autor do livro "Entre salas e celas – Dor e esperança nas crônicas de um juiz criminal" na TV ALESP. Na entrevista, o juiz-escritor relata os dramas por trás das decisões e mostra como a literatura ajudou-o a florescer uma humanidade única nos gélidos tribunais. Semer alerta para a responsabilidade que o poder de um juiz carrega e crava: "nosso sistema penal é uma maquina de moer gente". [caption id="attachment_1546" align="alignright" width="168"] Clique aqui e adquira seu exemplar em nossa livraria online.[/caption] Em outro trecho, Semer reflete sobre o...

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Austeridade: o autoengano do liberalismo econômico

Entrevista de Gilson Camargo publicada originalmente no Jornal Extra Classe | Tradução: Grazieli Gotardo Depois de produzir uma crise sem precedentes desde o crash de 1929, os sistemas financeiros e os governos dos países ricos emitiram dívidas e elevaram ao limite o déficit fiscal. Nos Estados Unidos e boa parte da Europa, os bancos centrais e os tesouros nacionais passaram a mobilizar seus balanços para resgatar bancos quebrados, gerando a expansão de déficits e endividando os estados. Na sequência, “os mercados” passaram a alertar que o endividamento dos países havia chegado a limites inaceitáveis e que a única solução seria...

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Raquel Rolnik: “Em tempos de ascensão do conservadorismo, o livro do MTST é um alento e uma esperança”

Conheci o MTST quando, Relatora Especial para o Direito à Moradia Adequada da ONU, em 2011, fui procurada por militantes da frente de Resistência Urbana, composta por movimentos de moradia de várias cidades. Estavam preocupados com as violações do direito à moradia a que estavam sujeitas milhares de famílias submetidas a processos de reintegração de posse violentos, onde não havia qualquer diálogo e muito menos providências para a proteção e promoção de seus direitos. Já naquele momento, tive certeza de que estava diante de uma nova geração de movimentos sociais que, embora herdeiros diretos das lutas pela moradia e pela...

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