Os bucaneiros mais temidos do rio Perequê-Açú estão de volta com sangue nos olhos e faca nos dentes para mais uma edição da Festa Literária Pirata das Editoras Independentes! Antes vivíamos sob um governo golpista, agora vivemos sob um governo militar protofascista – que tem por um de seus principais inimigos o socialismo. Entretanto, curiosamente, o mais renomado intelectual militar brasileiro também era um socialista. Euclides da Cunha, autor homenageado da Flip 2019, teve, assim como Lima Barreto, Oswald de Andrade, Tarsila do Amaral e outros grandes literatos brasileiros, seu passado político completamente apagado da história.
Poucos sabem, mas o autor do clássico Os Sertões foi preso e expulso do Exército, em 1888, por um ato de rebeldia ao quebrar seu sabre numa cerimônia com o ministro da Guerra do Império, Tomás Coelho. Após esse ocorrido, o ex-militar largou a farda e se envolveu com ideias mais iconoclastas, passando a assinar seus artigos e crônicas no jornal A Província de São Paulo, antigo Estadão, com o pseudônimo do anarquista Joseph-Pierre Proudhon, a quem se referia como um dos pensadores mais originais de seu tempo.
Dois anos depois de ter publicado sua obra mais renomada, em 1904, Euclides começa a defender o legado intelectual do comunista alemão Karl Marx, “este inflexível adversário de Proudhon”, quando lembra, num artigo histórico, que: “o caráter revolucionário do socialismo está apenas no seu programa radical. Revolução: transformação. (…) Porque a revolução não é um meio, é um fim; embora, às vezes, lhe seja um meio termo, a revolta. (…) Para abalar a terra inteira, basta que a grande legião em marcha pratique um ato simplíssimo: cruzar os braços… Porque o seu triunfo é inevitável”.
Por isso, em 2019, a missão da Flipei será a de resgatar o legado socialista de Euclides da Cunha e debater conjuntamente as novas lutas que se impõem num cenário cada dia mais sombrio. Preparamos um livro especial, Euclides Socialista – Obras Esquecidas, um jornal especial extraoficial e uma programação do balacobaco. Confirme já sua presença em nosso evento e siga a #flipei nas redes.
PROGRAMAÇÃO FLIPEI 2019
DIA 10/07 (quarta)
15h – ABERTURA happy hour com pixtinha bucaneira pós-moderna
19h – TENTAÇÕES DE FUGA com CONTRABANDO POÉTICO: Anna Márcia Mixo, Bernardo Mendes, Tainá Medina e Blacklyva.
21h – MACROFONIA com Jeanne Calligari, Pink, Carolina Bianchi e Caco Pontes.
23h – BATALHA DE POESIA: Slam do Prego x Slam Marginália.
DIA 11/07 (quinta)
10h OFICINA – Financiando coletivamente seu próprio livro com Cid Vale Ferreira (editora Sebo Clepsidra) e Raphael Fernandes (editora Draco).
11h – Atualidade de Proudhon e Marx, os socialistas preferidos de Euclides com Acácio Augusto (UNIFESP), Laís Peres Rodrigues e Cauê Seignemartin Ameni (Autonomia Literária). Mediação Wander Wilson.
13h – Distopia literária no país de Franz Kafta com Carlos Messias, Caco Pontes, Carolina Bianchi, Jeane Calligari e Emerson Alcade (Autonomia Literária / Slam). Mediação Rafael Limongelli (Patua/Unicamp).
15h – Resistência literária e descolonização em tempos de crise com Cid Vale Ferreira (Coesão Editorial), Lucila Mantovani (Residência Kaaysá), Mariana Félix (slam Diversos) e Michelle Henrique (Leia Mulheres).
17h – O colapso da democracia com Luis Felipe Miguel (Expressão Popular), Adilson José Moreira (Contracorrente) e Tatiana Roque (N-1). Mediação Jorge Pereira.
19h – Cosmologias indígenas: palavras que carregam mundos com Suely Rolnik (N-1), Ailton Krenak (Companhia das Letras) e Jean Tible (Autonomia Literária). Mediação Hugo Albuquerque.
21h – Aqui tem um bando de louco? Saúde e loucura no país das fake news com Christian Dunker (UBU/ Boitempo), Gustavo Colombini (GLAC), Natalia Timerman (Elefante) e João da Matta. Mediação Leonardo Araujo Beserra (Glac Edições).
23h – COLETIVO AFROCAIÇARAS
DIA 12/07 (sexta)
10h OFICINA – Livro-movimento e educação a distância para construção de novas hegemonias com André Takahashi e Jones Manoel.
11h – Militarização da política: o eterno retorno, e fracasso, do Estado fardado com Eduardo Reina (Alameda), Talíria Perone (PSOL), Renan Quinalha (Alameda) e Paulo Teixeira (PT). Mediação Francisvaldo (Fundação Lauro Campos/Marielle Franco).
13h – Os sertões e suas lutas com Joana Barros, Gustavo Prieto e João Batista (descendente de sobreviventes de Canudos).
15h – Identitarismo e classe: a cilada liberal com Asad Haider (Veneta) e Jones Manoel (Autonomia Literária). Mediação Debora Baldin.
17h – Vozes insurgentes: mulheres negras na produção do conhecimento com Chris Gomes (RosaLux), Neusa Maria Pereira e Bianca Santana.
19h – Os desafios do jornalismo em tempos de Lava Jato com Glenn Greenwald (The Intercept), Alceu Castilho (De Olho nos Ruralistas), Gregório Duvivier (Greg News) e Sérgio Amadeu (UFABC). Mediação Sabrina Fernandes.
21h – LANÇAMENTO SLAM GUILHERMINA ANTIFA, LGBT, NEGRITUDE E FEMINISMO.
23h – REALIDADE NEGRA – QUILOMBO DO CAMPINHO
DIA 13/07 (sábado)
10h OFICINA – Traços da resistência Feminista: dos muros da cidade ao ativismo multimídia com o coletivo Ocupa Beauvoir.
11h – A encruzilhada da esquerda: o que ler? com Sabrina Fernandes (Autonomia Literária / Tese Onze), Túlio Gadelha (PDT) e Vladimir Safatle (Autêntica). Mediação Jones Manoel.
13h – Biblioteca de motins: leituras para incendiar o país com Peter Pál Pelbart (N-1), Zenite (Facção Fictícia, Glac Edições), Jonnefer Barbosa (PUC-SP) e Abigail Campos Leal (Slam Marginal, Glac Edições). Mediação Monique Martins.
15h – Quem mandou matar Marielle Franco e Rosa Luxemburgo? com Isabel Loureiro (RosaLux), Anielle Franco e Marcelo Freixo (PSOL). Mediação Hugo Cabral Carneiro.
17h – A descolonização do poder com Erica Malunguinho (PSOL), Zé Celso (Teatro Oficina) e Are Rete (Guarani Nhandewa-Paraty). Mediação Jean Tible.
19h – Resistência antifascista: o legado histórico e as práticas atuais com Mark Bray (Autonomia Literária), Crime thinc e Acácio Augusto (Unifesp). Mediação Aline Klein.
21h – MÃE OU EU TAMBÉM NÃO GOZEI | CABARÉ FEMINISTA | BANDA MACABEA | JOANA FLOR E OS ERVAS DANINHAS | AVA ROCHA & NEGRO LÉO
DIA 14/07 (domingo)
10h OFICINA – Como a educação pode auxiliar no combate as fake news com Kadu Braga.
11h – Makuaimã: o mito através do tempo com Deborah Goldemberg e Cristino Wapichana. (Elefante)
13h – O cinema contemporâneo pelo olhar das mulheres com Beatriz Seigner, Jéssica Queiroz e Maíra Bühler. Mediação Vitrine Filmes.
15h – JACOBIN BRASIL: pode o socialismo furar a bolha? com Aline Klein, Jones Manoel e Debora Baldin. Mediação Herminio Porto, vulgo James.
17h – OFICINA DO SOM – A MÚSICA EM TEMPO REAL
19h – PIXTINHA INTERGALÁTICA COM FOGOS PARA EXPLODIR O FASCISMO.
Não conhece a Flipei? Veja como foi ano passado.