Festa Literária Pirata das Editoras Independentes traz Stédile, Erika Hilton, KL Jay, Renato Freitas, jornalista palestino, filósofa trans e muito mais atrações gratuitas no coração de SP.
Muitas pessoas perguntam se a FLIPEI vai ser realizada também em Paraty neste ano. Como todos sabem, embora tenhamos nos tornado a maior casa parceira da FLIP nos últimos tempos, o “P” da FLIPEI é de Pirata.
Com uma programação intensa, politizada e explosiva, reoxigenamos o evento com a abertura democrática e popular conduzida pela defensora da diversidade e ex-curadora Josélia Aguiar, a quem saudamos sempre, e demos vida à margem esquerda do rio Perequê-Açu com nossa embarcação cheia de livros e ideais, chamando muita atenção do público, mas também das autoridades.
Nos anos seguintes começaram os ataques: em 2019, bolsonaristas contrários à presença de Glenn Greenwald, que tinha acabado de revelar a fraude da Vaza Jato, tentaram impedir a realização dos nossos debates. No ano passado, em 2023, o ataque veio da direção da FLIP, executado pela Polícia Militar, que censurou 12 horas da nossa programação, chegando a interromper a discotecagem do maior DJ do país, KL Jay – logo as mesmas, direção da FLIP e polícia, que permitiram, 4 anos antes, a extrema direita alvejar rojões em nossa embarcação no meio de um debate que reunia mais de 3 mil pessoas.
A FLIP teve um período elitista e excludente. A abertura para as casas parcerias foi uma tentativa democrática de integrar mais o público e o mercado editorial. A pergunta, no entanto, permanece: qual o limite de participação que a direção da FLIP permite? Queremos um evento latino-americano em defesa do livro e da leitura que instiga múltiplos polos de acontecimento, com inúmeras casas promovendo diversidade no pensamento? Ou queremos um evento centralizado que coloca na periferia (e na vulnerabilidade institucional) os seus parceiros?
Sem tempo para ter seu trabalho atrapalhado por entidades que deveriam supostamente nos defender e auxiliar, os(as) trabalhadores(as) da FLIPEI resolveram mirar seus canhões em 2024 para São Paulo, em um dos momentos políticos mais importantes dos últimos tempos. Na esteira das feiras que já organizamos há anos na cidade, como o Salão do Livro Político com as editoras Boitempo, Veneta, Alameda e Anita Garibaldi, e mixando com os requintes da FLIPEI, vamos incendiar a maior capital da América Latina.
Este ano, diversas pessoas que nunca conseguiram frequentar nosso evento por conta da dificuldade de acessar Paraty, terão essa oportunidade. Continuamos realizando nossa intervenção em um patrimônio histórico: agora estamos na Central 1926 – Embaixada Cultural (@central_1926).
Nós sabemos o que queremos oferecer: livros, debates, festas, diversidade, democracia real e radical. E a FLIP, será que sabe o que quer? Até outubro, muita coisa pode acontecer, mas, por ora, o que podemos afirmar é que nossa festa será nos dias 2, 3 e 4 de agosto em São Paulo. Você vem?
Hasta la victoria marujada!
Saúde,
Piratas da Flipei