Dez anos após as manifestações de junho de 2013, os analistas ainda devem um entendimento mais delineado sobre a natureza desse enigmático fenômeno, que condicionou em larga medida o processo político posterior. Com base na abordagem teórico-metodológica conhecida como materialismo cultural, originalmente desenvolvida pelo autor galês Raymond Williams, o livro analisa a ambiência internacional que emoldura o Junho brasileiro, assim como a composição social, as motivações e as bandeiras do movimento, destacando suas relações com o campo político. Também são abordadas as potencialidades e insuficiências dos novos modelos orgânicos alicerçados nas redes sociotécnicas. Conclui-se que 2013 foi a arena discursiva na qual grupos de diferentes orientações mediram forças, ensaiaram movimentos e testaram inéditas formas associativas, muitas delas ligadas às novas tecnologias de informação e comunicação. Ao trazer um novo olhar teórico, a obra busca ampliar o entendimento sobre os sentidos das manifestações, bem como sobre as ideologias que ecoaram sob o céu de Junho.
“O objetivo de Fábio Palácio é ambicioso. Ele inscreve a análise das manifestações de 2013 em uma densa reflexão sobre o lugar da comunicação e da cultura nas lutas políticas contemporâneas. Retomando a categoria de materialismo cultural desenvolvida na segunda metade do século passado pelo marxista britânico Raymond Williams, ele procura mostrar como ela dá conta das mudanças na base econômica do capitalismo contemporâneo provocadas pelo desenvolvimento das indústrias intensivas em conhecimento e tecnologia e consequentemente do aumento inédito da importância da dimensão comunicativa das relações sociais, principalmente das políticas.”
– João Quartim de Moraes
“Há muito tempo esperávamos essa publicação de Fábio Palácio. Não por uma questão de afirmação intelectual – afinal tenho em mim o tamanho intelectual de Fábio, ‘o mais culto da turma’. Ele nos entrega o mais sofisticado trabalho marxista sobre o que ocorreu em junho de 2013. Longe de visões lúdicas daquele processo, Fábio tratou de resgatar a categoria de materialismo cultural para colocar os ‘pingos nos is’ sobre um processo histórico ainda em andamento. Fábio Palácio é um ponto fora da curva. Esse livro é uma prova disso”
– Elias Jabbour
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