Ale Amazonia é um personagem raro. Punk e iconoclasta, sua arrebatadora passagem pela China, com sua narrativa intimista, desfaz mitos e traz à tona ao leitor um outro mundo, cujas questões nos causam vertigem — e não só na nossa forma de ver o Extremo Oriente como, ainda, nos colocam a insustentável leveza da pretensa ocidentalidade brasileira. Amazonia, transmutado em Zhao Zilong, o baterista brasileiro da banda punk Dirty Fingers, atravessa toda a China comunista em um misto de shows eletrizantes, viagens pelo underground chinês, chapação, amores fatais e repressão policial.
“Assim como uma composição, a história se faz, ela nasce, criam-se os arranjos, ela é gravada em apenas uma forma, dentre as diversas opções, que depois são feitas em performances e multiplicadas. Não existe aqui uma rigidez quanto aos fatos, até porque, ao falar sobre passado, tudo é dilatado; sobre o futuro, tudo é imprevisível. E como na lógica taoísta de percepção sobre a vida, a única ordem/regra da vida é a inconstância dela mesma.”
— Carime Elmor
“A leitura desse livro permite uma apresentação rara — talvez inédita — em língua portuguesa sobre uma visão de China que pouco chega ao Brasil. Normalmente o que consumimos em nossa língua materna são relatos a la “a síndrome de Marco Polo”, que facilmente acomete os recém-desembarcados aqui, tomando emprestada a definição feita pelo próprio Alê, sobre o desejo quase que imediato dos “laowais” (como os chineses se referem aos estrangeiros) de querer explicar a China.”
— Talita Fernandes
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