Dos séculos XVI ao XIX, corsários muçulmanos do Magreb devastaram os navios europeus que escravizavam milhares de nativos. Durante esse mesmo período, milhares de europeus se converteram ao Islã e se juntaram à guerra santa pirata. Esses homens (e mulheres) eram a escória dos mares, apóstatas, traidores? Renegados? Ou abandonaram e traíram a cristandade como práxis de resistência social?
As histórias de piratas sempre foram fonte de inesgotável fascínio. Não bastassem os perigos próprios do mar, aquelas pessoas acrescentaram às suas aventuras o sentido da liberdade e de uma ética peculiar, fazendo as delícias de narrativas românticas como as de Robert Louis Stevenson ou as mais realistas de um Daniel Defoe, entre outros. Peter Lamborn Wilson, especialista em história das heresias e da pirataria, demonstra neste seu ensaio que a história real pode ter sido ainda mais inusitada do que as fábulas que ela inspirou. Além disso, revela como os piratas formavam suas próprias esferas sociais, mostrando que a ética que “governava” estes grupos (conforme os “estatutos” dos navios) eram tanto anarquistas, por permitirem o máximo de liberdade individual, quanto comunistas, na medida em que eliminavam a hierarquia econômica e partilhavam o butim igualitariamente.
“Peter Lamborn Wilson mostra porque adoramos piratas – e porque, pelo bem do futuro, devemos continuar a adorá-los. Interessante e instigante… um livro divertido e cheio de aventuras.”
– Marcus Rediker (autor de O Navio Negreiro)
“Um desses raros livros que dá aos historiadores novas ideias para refletirem. É sobre os europeus do século XVII convertidos ao islamismo – geralmente, mas nem sempre, piratas. Sua análise cuidadosa dos renegados, de suas ideias e práticas políticas leva à suspeita de que alguns deles podem ter ligações com o rosacrucianismo e com o Iluminismo do século XVIII. E podem ter formado ‘uma cultura de resistência’ de fugitivos de uma civilização econômica e sexualmente opressiva… Os historiadores vão ter o que pensar sobre o original tema deste livro e dar continuação a suas implicações. Wilson realmente vira o mundo de cabeça para baixo!”
– Christopher Hill (autor de O Século das Revoluções: 1603-1714)
“Um cronista, historiador e piratologista na tradição de Daniel Defoe… com imensa erudição e simpatias interessantes… Sua erudição singra os oceanos da ignorância e do preconceito com graça e força.”
– Peter Linebaugh (co-autor de A Hidra de Muitas Cabeças)
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