“Mobilidade antirracista” coloca em questão um dos aspectos mais importantes e menos discutidos do racismo: a espacialidade. O racismo é relação social e, como toda relação, se materializa em um espaço constituído por determinadas condições históricas. Pensar a “raça” de forma crítica é, portanto, considerá-la um construto socioespacial. Com efeito, características físicas e práticas culturais são apenas o dispositivo que faz atuar sobre os indivíduos uma série de mecanismos de controle e de dominação. O tratamento dispensado pelo presente livro à questão da mobilidade urbana nos leva a refletir como o racismo opera na configuração dos espaços e na determinação das condições com que os corpos se movimentam em cidades organizadas pela lógica da exploração capitalista. Por isso, a luta antirracista consiste na formulação teórica e na realização de práticas políticas que quebrem as interdições raciais e de classe.
– Silvio Luiz de Almeida, presidente do Instituto Luiz Gama, doutor em direito, professor e advogado.
“A partir de 2018, o brasileiro passou a gastar mais com transporte do que com alimentação, perdendo apenas para os gastos com habitação. Em média, 18% dos ganhos dos assalariados se destinam ao transporte. Quanto menor o rendimento das famílias, maior o percentual de gasto com o transporte público; quanto maior o rendimento, maior o gasto com compras de veículos.”
– Talíria Petrone, deputada federal pelo PSOL-RJ e prefaciadora do livro.
“Que diante dos abismos aprofundados com a Covid-19, com este livro possamos conduzir os trens da resistência para vencermos a pandemia do racismo, do sexismo e da segregação espacial brutal que se abate sobre o nosso povo.”
– Vilma Reis, socióloga, ativista do Movimento de Mulheres Negras e cofundadora da Coletiva Mahin Organização de Mulheres Negras.
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