Nesse livro, o leitor encontrará uma experiência de pensamento que se interroga pelo impacto de um militante entregando panfletos a tarde pode ter para trabalhadoras e trabalhadores apressados, ao mesmo tempo em que mobiliza a teoria dos nós para dar conta da articulação entre lutas que se orientam pela conquista do Estado, pela crítica do valor e pela problematização dos modos de reprodução material da opressão presentes nas múltiplas dimensões da cultura. Esse desafio que consiste na passagem constante de níveis é o eixo real da indagação de um livro que traz as marcas das inquietações de nosso tempo.
– Vladimir Safatle, professor de Filosofia da Universidade de São Paulo (USP)
Desde o engajamento inicial com os primórdios desse debate até o manuscrito final, ao ler também me expus a um mapeamento próprio das teorias e análises a que subscrevo. Deste modo, a leitura de Arquitetura de Arestas convida, e desafia, ao debate via incerteza, desconfiança e o terreno fértil da reformulação.
– Sabrina Fernandes, pós-doutoranda da Fundação Rosa Luxemburgo em parceria com o Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade de Brasília (UnB)
A originalidade de Arquitetura de Arestas está em partir de uma espécie de meta-resposta. Para os autores, responder à pergunta “por onde começar?” começa por reconhecer que a pergunta admite diversas respostas, todas potencialmente legítimas, e que não devemos tentar reduzi-las a uma só. Mais que isso: trata-se de tomar a pluralidade não como mero dado empírico, um embaraço temporário a ser superado numa unidade por vir, mas como uma facticidade da qual não nos é dado escapar. (…) O modo como os autores respondem a essa questão não deve, assim, ser entendido como um recuo a um grau superior de abstração, uma fuga da realidade em direção a elucubrações teóricas que nos distraem do real trabalho que há por fazer. A meta-resposta “a pergunta admite diferentes respostas” vem acompanhada imediatamente da proposta de mapear estas diferenças a fim de compreender, por trás delas, seus “como” e “porquê”.
– Rodrigo Nunes, professor de Filosofia da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio)
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