Os últimos réus: crônicas do crime

Autor: Marcelo Semer
Capa: Rafael Fernandes Semer
Revisão: Marcia Ohlson
Páginas: 160
ISBN: 987-85-69536-73-4
Ano: 2023

R$70.00

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Sobre o autor

Marcelo Semer

Marcelo Semer é juiz de Direito no Tribunal de Justiça de São Paulo (10ª Câmara de Direito Público). Ex-presidente da Associação Juízes para a Democracia. Colunista do Terra Magazine desde 2010. Responsável pelo Blog Sem Juízo. Foi advogado, professor universitário e jornalista (Folha de S. Paulo, 1988/89). Autor do romance “Certas Canções” (7 Letras) e das obras jurídicas “Crime impossível e a proteção aos bens jurídicos” (Malheiros) e “Direitos Humanos: essência do Direito do Trabalho” (LTr, organizador). Coordenador da Coleção Para Entender Direito (Estudio editores.com) e autor de Princípios Penais no Estado Democrático.

Foram uns dois minutos de silêncio, antes que Amarildo pedisse licença para colocar os pés na mesa.
-Posso lhes mostrar? O senhor me permite?
E como anui com um balançar de cabeça, ele trouxe o seu mais contundente argumento à mostra.
Ao vê-lo, o promotor colocou a mão na cabeça e disse que estava satisfeito. Já avisou que pedia absolvição e gentilmente fez um sinal para a escrevente, que significava que um estagiário iria lhe trazer a manifestação. Levantou-se e saiu da sala.
Eu fiquei impactado com aquela cena de Amarildo, algemado, em um esforço desesperado para jogar seus pés sem dedos para cima, em busca da salvação. Imediatamente me lembrei de Bruno, com seu único braço preso à cadeira como um símbolo de autoridade.
O sistema penal não era apenas uma máquina de moer gente. Ele tratava ainda pior os que por ventura já viessem fraturados.

OS ÚLTIMOS RÉUS é a continuação das crônicas do crime, iniciadas com a publicação de ENTRE SALAS E CELAS, pela Autonomia Literária. São relatos pungentes, ora agressivos, ora peculiares, dos habitantes das audiências criminais, seus dramas e esperanças, seus temores e alívios, suas angústias e arrependimentos. Uma mescla de sentimentos sensivelmente retratados por quem tinha a aflitiva tarefa de julgá-los.


 

“Só um autor, profundamente comprometido com os valores da humanidade que nos constituem, poderia ter transformado a realidade da aridez da justiça criminal, em histórias tão tocantes e transformadoras. Só um magistrado, dedicado à efetividade das garantias e direitos civilizatórios, observador dos pequenos avanços e dos grandes retrocessos, só um crítico ao sistema contaminado pela falácia da segurança, e pelo desejo de vingança, só um escritor angustiado com o papel que representa, e com as expectativas que nunca se cumprem com condenações e encarceramentos, poderia criar, pela sucessão de crônicas aparentemente desordenadas, o olhar curioso e empático que a obra suscita.”

– Andrea Pachá

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