Dando uma de puta: a luta de classes das profissionais do sexo
A indústria do sexo é uma fonte inesgotável de drama lascivo para a grande mídia. Nos últimos anos, assistimos a um pânico generalizado em relação aos “distritos da luz vermelha online”, que supostamente seduzem mulheres jovens e vulneráveis para uma vida de degradação. A tendência atual de escrever e descrever experiências reais de trabalho sexual alimenta uma cultura obcecada pelo comportamento das profissionais do sexo. Raramente esses relatos temerosos vêm das próprias trabalhadoras, e nunca se desviam da posição – comum entre feministas e conservadoras – de que essa industria deve ser abolida e as trabalhadoras devem ser resgatadas de sua condição.
Melissa Gira Grant vira essas devoções de cabeça para baixo, defendendo uma reformulação na forma como pensamos o trabalho sexual. Com base em dez anos de escrita e reportagem sobre o comércio do sexo e fundamentada em sua experiência como organizadora, defensora e ex-trabalhadora desse mercado, Dando uma de puta desmantela os mitos generalizados sobre o tema, critica ambas as condições dentro da indústria do sexo e sua criminalização, e argumenta que separar esse trabalho da economia “legítima” só prejudica aqueles que realizam trabalho sexual. Aqui as demandas das profissionais do sexo, por muito tempo relegadas às margens, ocupam o centro do palco: o trabalho do sexo também é trabalho, e os direitos das profissionais do sexo são direitos humanos.
“Grant critica o policiamento das trabalhadoras do sexo, as condições dessa indústria e as discussões em torno de como vemos o trabalho do sexo. [Ela] atinge os pontos principais desses grandes tópicos e assume uma posição poderosa sobre os direitos das trabalhadoras do sexo.”
– River H. Kero, Book Riot
“Um manifesto persuasivo… Debaixo do argumento estrategicamente inclusivo de Grant se esconde uma crítica política mais dura da transformação da política e da economia desde os anos 1970.”
– London Review of Books
Sexo, drogas, feminismo e outros amores
O que a hora sentada no divã me mostrou é que de amores, cheguei ao excesso. Ufa! Meu psicanalista acha que preciso de ajuda, acompanhamento. Concordo. Mas vivo à la Cazuza, ganho dinheiro contando as minhas tragédias. Minha mente perturbada não desliga. Insônia: está aí o motivo de tantos amores, sinto necessidade de preencher minha noites. Mas isso eu não contei. Assim que sai da consulta, decidida a amar menos, fiz duas coisas pontuais: liguei pro meu amor e decidi ir devagar, confesso que deixei pra pensar sobre isso só hoje, que já é terça, porque não tem nada mais clichê que fazer promessas que você não vai cumprir em plena segunda-feira.
“Para o feminismo ser relevante, ele precisa ser antirracista e incluir todas as
mulheres das mais diferente esferas.”
– Angela Davis
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