Qual horizonte: hegemonia, estado e revolução democrática

Autores: Álvaro García Linera e Íñigo Errejón
Prefácio: Sebastian Ronderos
Orelha: Jones Manoel
Tradução: Roberto Santana Santos
Revisão: Ligia Magalhães Marinho e André Takahashi
Capa: Rodrigo Côrrea/studiocisma
Páginas: 152
Ano: 2022
ISBN: 978-65-87233-80-2

R$60.00

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Sobre o autor

Álvaro García Linera

Álvaro García Linera foi vice-presidente da Bolívia de 2006 a 2019, eleito na chapa do ex-presidente Evo Morales. É matemático, sociólogo, estudioso dos movimentos sociais e da “esquerda indígena” boliviana e professor titular de sociologia e ciências políticas da Universidad Mayor de San Andrés, La Paz. Inspirado em intelectuais como o peruano José Carlos Mariátegui, cuja teoria não desconsidera as particularidades da América Latina, procura interpretar a realidade boliviana a partir da teoria social de Marx e o legado político e histórico deixado por ele. Recebeu o prêmio Agustín Cueva 2004, da Escuela de Sociología y Ciencias Políticas de La Universidad Central del Ecuador. É autor de vários livros, dentre os quais destacamos Sociología de los movimientos sociales en Bolivia (La Paz, Oxfam/Diakonía, 2004) e A potência plebeia: ação coletiva e identidades indígenas, operárias e populares na Bolívia (Boitempo, 2ª edição, 16 junho 2022).

Íñigo Errejón

Íñigo Errejón Galván é um politólogo e político espanhol. Possui doutorado em Ciência Política (2011) e é pesquisador na Universidade Complutense de Madrid e professor em diferentes universidades europeias, latino-americanas e norte-americanas. É autor de inúmeros artigos, conferências, livros e é membro do conselho editorial da revista de análise política Viento Sur. Ativista social desde muito jovem, foi um dos fundadores do Podemos em 2014, formação da qual foi secretário político e diretor de suas campanhas eleitorais até 2016.

Entre abril de 2018 e fevereiro de 2019, Álvaro García Linera e Íñigo Errejón, duas das mentes mais brilhantes do pensamento político contemporâneo, mantiveram uma longa conversa, entre La Paz e Madrid, sobre as condições que permitem hoje que as classes populares se organizem e exerçam o poder político. Em uma rica troca de experiências, leituras e aprendizados sobre os processos de mudança e lutas na América Latina e no sul da Europa, algumas questões centrais nortearam a conversa: por que e como governam aqueles que governam? Que condições são necessárias para que os de baixo defendam uma nova vontade geral? Como o exercício do poder pode transformar o Estado e não apenas gerenciá-lo? Como lutar contra a hegemonia neoliberal e transformar as condições e os horizontes da vida? E como fazer essas conquistas perdurarem em contextos de pluralismo político inalienável? Longe tanto de mecanismos na esquerda que ameaça aprisioná-los no momento da luta e da melancolia, quanto do risco de confinar a política à mera gestão do que já existe, Álvaro García Linera e Íñigo Errejón apostam neste livro em um olhar compartilhado sobre o poder, a hegemonia e o que há de essencial na democracia para a renovação do pensamento e da prática política emancipatória.

“Uma força revolucionária deve governar com um pé no consenso realmente existente e outro no que quer gerar, sabendo muito bem até onde vai o mandato popular recebido, mas também que em política nada é imutável, e a melhor maneira para não retroceder é avançar: inaugurar um ciclo virtuoso em que a segurança e o gozo da maioria com mais direitos, trabalho e tempo livre, geram apetite, confiança e força social para ir além, num caminho que nunca terá fim. Como revolucionários, devemos aspirar fazer a nossa parte enquanto isso. Até que cheguem quadros melhores e levem o nosso exemplo mais longe, sempre mais longe”.
— Íñigo Errejón 

“Uma dominação é monopólio e universalismo, o que parece contraditório. Quem, que grupo, coletividade ou setor consegue montar este paradoxo de centralizar, socializar e expandir? Aquele que na luta se mostrou mais eficiente frente a outros grupos que também estão competindo pelo mesmo. A pergunta aí é: qual a diferença de uma revolução e de um coletivo revolucionário para um coletivo normal da história política das sociedades? É, agora, a pergunta-chave, porque senão as revoluções seriam sempre uma forma de construção de novas dominações. O foram até o momento. A ilusão, a expectativa, a esperança é que existam revoluções que não sejam somente isso.”
— Álvaro Garcia Linera

“Álvaro García Linera, ex-vice-presidente da Bolívia, é um dos melhores intérpretes desse momento histórico de resgate de uma estratégia de ruptura com o capitalismo. A obra de Linera tem o sentido de buscar construir uma estratégia revolucionária no século XXI, pensando a diferença entre estar no governo e conquistar o poder, ter maioria no Congresso e conquistar a hegemonia.”
— Jones Manoel

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