Negri no Trópico 23º 26′ 14” é uma obra absolutamente multitudinária: uma animada multidão de editoras e autores reunidos para fazer jus, e celebrar, Toni Negri, o filósofo e militante revolucionário italiano que não apenas dá nome à obra como, ainda, assina artigos fundamentais. No livro, Negri expõe itens centrais de seu pensamento em entrevistas dadas a intelectuais, artistas e ativistas — os quais também assinam outros artigos virtuosismos sobre o legado autonomista no contexto de sua visita-evento ao Brasil nos fins de 2016.
Não era para menos. De 25 a 27 de outubro de 2016 se realizou na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (e na Bibiloteca Mario de Andrade) o colóquio Diálogos com Antonio Negri, evento organizado em conjunto pelos Departamentos de Ciência Política, Filosofia e Sociologia e que marcou a primeira visita de Negri à instituição. Nessa temporada, Negri travou uma série de debates com Marilena Chaui, Michael Löwy, Suely Rolnik, Alberto Acosta, Peter Pál Pelbart, Tatiana Roque, Homero Santiago, Vera Telles, José Guilherme Pereira Leite, entre outros expoentes do pensamento.
Esta obra consiste em um documento filosófico histórico indispensável, no qual pontos chave das reflexões negrianas — como os conceitos de Império, Multidão e Comum, Trabalho Imaterial e Capitalismo Cognitivo — são abordadas num alegre encontro com os movimentos em São Paulo, desde velhos integrantes da resistência à ditadura até os jovens militantes secundaristas, passando por ambientalistas.
Em momento de luto e luta no Brasil, o encontro do velho marxista autonomista com esses movimentos gera um feliz resultado. Um alegre trópico.
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