Uma cólera digna ruge. Ela diz não ao capitalismo e sim a outros mundos possíveis. Ela sabe que a luta contra o capitalismo é a luta pela humanidade.
A crise global não afeta a todos da mesma forma. As mutações do mundo do trabalho e as subjetividades dispostas a participar de novas formas de produção e consumo redesenham nosso presente. O que significa, então, repensar a possibilidade de um mundo liberado do capitalismo? No contexto de uma crise que marca os limites do pensamento neoliberal, os novos movimentos sociais – os excluídos, sem documentos, sem empregos, sem moradia, migrantes, indígenas – propõem iniciativas de baixo para cima. Em um esforço inusitado, que combina projeção teórica e conhecimento direto de uma das experiências mais reflexivas de autonomia das últimas décadas, Jérôme Baschet analisa as experimentações sociais e políticas das comunidades zapatistas, explora as possibilidades do Bem Viver e propõe um balanço crítico dos movimentos e uma análise da organização política das comunidades autônomas federadas que assumiram a saúde, a educação, a segurança e os serviços de justiça.
Baschet explicita as características mais complexas do capitalismo financeirizado e explora caminhos alternativos para a elaboração prática de novas formas de vida. Sem estabelecer um modelo universal para as experiências de autogestão, nem construir uma grande história para o futuro, o autor condena-as a se dissolverem em algo novo, reabrindo o horizonte de outros mundos possíveis.
“Um dos efeitos mais prejudiciais das ideologias neocapitalistas é incutir a convicção de que o mundo em que vivemos – e onde o capital prospera à custa do trabalho – é o único possível. Jérôme Baschet, na perspectiva de uma esquerda radical, e sem reter as “velhas receitas revolucionárias cujas experiências do século XX atestaram o ‘trágico fracasso’, mostra que, ao contrário, é possível pensar alternativas e uma ‘pluralidade de caminhos para a emancipação'”.
Libération
“Longe de se contentar com as críticas ao ‘neoliberalismo’ ou ao surgimento das redes altermundialistas, Baschet destaca a necessidade de desenvolver um ‘anticapitalismo’ que afirme uma efetiva superação do capitalismo. A tarefa consiste tanto em refinar a crítica do existente quanto em dar consistência a mundos alternativos capazes de nos ‘salvar’ do capitalismo.”
Alexandra Bidet – Revue Française de Science Politique
“O capitalismo contemporâneo é autodestrutivo. O medievalista Jérôme Baschet explica as razões disso e traça os caminhos da sociedade que poderia sucedê-lo. Uma reflexão sobre o Bem Viver que percorre os caminhos da utopia para pensar a emancipação.”
Federico Tarragoni – La vie des idées
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