As chamadas “revoltas da indignação” que eclodiram pelo mundo na década de 2010 são marcos incontornáveis para se buscar compreender os dilemas dos sistemas democráticos na atualidade. Muito esforço de investigação e análise ainda precisa ser feito para identificar suas origens, dinâmicas e consequências históricas. Um fato, contudo, parece evidente: a dispersão dos movimentos que protagonizaram esses acontecimentos, mais do que a sua institucionalização, é o que se observa nos diferentes países que sentiram o chão tremer com as multidões nas ruas.
O trabalho de Juliano Medeiros contém essa premissa e de forma arrojada joga luz sobre a excepcionalidade dos processos de institucionalização política decorrentes das revoltas, fazendo uma escolha dedicada à formulação das esquerdas e sua reorganização na América Latina. Uma nova esquerda teria surgido dessa experiência de contestação social perante a explosão da desigualdade, do desemprego e da violência de Estado no pós-2008, quando uma nova fase do capitalismo produziu uma profunda crise cujos prejuízos foram integralmente transferidos para as maiorias alijadas do poder.
Embora as revoltas tenham efeitos tanto para uma nova esquerda quanto para forças de extrema direita, é certo que no campo progressista as lutas feministas, antirracistas, indígenas, por justiça socioambiental e democracia real passam a ter uma centralidade indissociável das demandas consideradas tradicionalmente econômicas. A partir da pesquisa criteriosa de Juliano, podemos encontrar paralelos e diferenças sobre os desafios da ocupação institucional em uma perspectiva radicalmente transformadora, avessa ao reformismo social-democrata que colonizou o nosso continente. A história revelará os limites e as potencialidades dessa aposta, que Juliano endossa com a esperança de um lutador e dirigente partidário comprometido com os ideais do socialismo e a refundação da democracia brasileira.
– Áurea Carolina
“Em tempos em que a extrema direita busca capturar o cansaço do povo com o establishment para empurrá-lo para uma saída autoritária e conservadora, Juliano Medeiros oferece pistas às esquerdas para saírem do imobilismo do espanto, da nostalgia e da atitude defensiva para ousarem pensar uma nova ordem.”
– Verónika Mendoza
“Juliano Medeiros não é apenas um pesquisador sobre os movimentos da nova esquerda. É um importante ator político, que teve e tem papel decisivo na construção coletiva entre PSOL e MTST. Este é, portanto, um livro escrito no calor da luta política.”
– Guilherme Boulos
“Leiam este livro. Isso os ajudará a entender o lugar exato (fascinante e ao mesmo tempo extremamente difícil) em que se encontra boa parte da esquerda latino-americana.”
– Pablo Iglesias
“Juliano Medeiros aborda neste livro um assunto crucial para a esquerda hoje: a relação entre as novas revoltas sociais e a institucionalização de partidos políticos que delas nascem. Analisando três casos do maior interesse, o texto avança as fronteiras do conhecimento transformador.”
– André Singer
“A partir de sua experiência política e tendo sido protagonista dos processos políticos em toda a região, Juliano Medeiros nos dá uma perspectiva nova e crítica dos desafios que compartilhamos e ilumina o caminho que as esquerdas latino-americanas estão trilhando.”
– Giovanna Roa
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