No futebol e na política, fomos acostumados a narrar a história com base nos grandes feitos e em seus autores. Anotamos o nome de quem fez o gol, mas quase nunca de quem deu o passe. Atribuímos aos governantes a proeza dos grandes projetos, mas raramente sabemos quem deu a ideia e quem a tirou do papel. Diogo de Sant’Ana era do time dos realizadores. Incansável, dono de uma sensibilidade ímpar, o jovem advogado, nascido na periferia de São Paulo e formado pela USP, construiu uma trajetória que, em pouco tempo, inspirou duas gerações de militantes.
Filho de uma mãe solo com defi ciência, corintiano de esmurrar parede (e quebrar tanque), fã de samba e pagode, líder estudantil e militante do PT, pai da Gabriela e do Caetano, foi peça chave nos governos Lula e Dilma e coordenou algumas das principais ações de combate à desigualdade no Brasil.
Diogo nos deixou aos 41 anos, no último dia de 2020. Desde então, contar sua história tornou-se uma necessidade, um compromisso abraçado por um grupo de amigos. Neste livro, Camilo Vannuchi nos brinda com um texto quente e instigante, alinhavando a trajetória do biografado desde a infância até a resistência a um governo genocida.
É simbólico que, em 1º de janeiro de 2023, o recém-empossado presidente Lula tenha inaugurado o terceiro mandato anunciando, entre outras coisas, a criação de um plano de apoio aos catadores de recicláveis. O nome do Programa Diogo de Sant’Ana Pró-Catadoras e Pró-Catadores para a Reciclagem Popular foi uma reivindicação dos próprios movimentos sociais. Sinal de que a luta de Diogo não vai parar.
“Uma pessoa que tinha o coração do tamanho do coração do Diogo não morre nunca. Pode ter certeza de que as ideias do Diogo e os ideais do Diogo estão perambulando na cabeça de cada catador e cada catadora. Toda vez que um companheiro estiver fragilizado, toda vez que um companheiro sentir que as coisas não estão dando certo, em vez de desistir, pense no Diogo, e ganhe a energia necessária para continuar trabalhando.”
– Luiz Inácio Lula da Silva
“Diogo sabia que era tão difícil a luta que estávamos fazendo, mas se colocou sempre como um aliado de primeiro momento. Que a memória do Diogo seja imortal na luta dos moradores de rua, das pessoas em situação de rua, dos catadores. Que nós o tenhamos sempre como um modelo de força e de coragem. Ele nos ensinou uma coisa muito bonita: resistir, nunca desistir, caminhar sempre.”
– Padre Júlio Lancellotti
“A morte do companheiro Diogo de Sant’Ana priva o Brasil de um dedicado militante da causa dos direitos humanos e um brilhante advogado. Apesar da brevidade de sua vida, brilhou como uma estrela e lutou bravamente por justiça social e por um futuro melhor para o nosso país.”
– Dilma Rousseff
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