As relações entre a operação Lava Jato e organismos governamentais norte-americanos, em especial o Departamento de Justiça, suscitaram polêmicas, denúncias e debates em diversos círculos. No entanto, é pouco debatido como o chamado “combate à corrupção”, na última década, foi instrumentalizado pela ofensiva, liderada pelos EUA, jurídica, política, econômica e ideológicamente contra governos não alinhados aos ditames de Washington.
Neste livro, que conta com prefácio de José Paulo Neto, orelha de Juliane Furno, contracapa de Elias Jabbour e apresentação de Marcelo Braz, Luís Eduardo Fernandes apresenta, a partir da análise crítica de extensa documentação inédita no Brasil, a relação da Lava Jato com o Imperialismo contemporâneo: vínculos não somente com órgãos governamentais estrangeiros, mas uma extensa rede de ONG´s, Think Tanks, organizações empresariais e jurisdições extraterritoriais que influenciaram a formação de uma autonomia relativa dessa operação que culminou na destruição de cadeias produtivas nacionais, no golpe de 2016 contra Dilma Rouseff e na projeção de uma nova direita com peso de massas no Brasil.
“O autor está superlativamente preparado para conduzir, com êxito, a sua pesquisa. É que, além de historiador competente, Luís Fernandes é um dos mais perspicazes estudiosos da tradição crítico-analitica inaugurada pelos teóricos marxistas do começo do século XX, nomeadamente Rudolf Hilferdin, Rosa Luxemburgo, Vladimir Lenin e Nikolai Bukharin. Luís Fernandes, porém, está muito afastado da condição de um didático divulgador ou um disciplinado seguidor dos ‘clássicos’ do marxismo: vai além destes, é original, inovador e criativo.”
— José Paulo Netto
“Esse trabalho está IMPECÁVEL. Arriscaria a dizer que é o melhor livro que já li dos pesquisadores da nossa geração. Feliz demais em fazer a orelha. Obrigada, Luís, teu trabalho é fundamental!”
— Juliane Furno
“O livro que Luís Fernandes nos entrega não é somente sobre a Lava Jato ou qualquer outra operação que envolva a participação de uma potencia estrangeira na determinação dos destinos de outros países. Ele fez algo fundamental: elucidou qual a verdadeira forma histórica que o imperialismo toma em nossa época. Não se trata mais, ou somente, da mera exportação de excedentes e disputa pelo mercado mundial. Vai além disso, pois alcançou um grau de complexidade jamais visto tanto pela organização de organizações extraterritoriais para fazer valer determinados interesses, domínio da subjetividade média com apelos a temas sensíveis e com forte apelo moral e estético e, por fim, a própria descontração da capacidade de pensamento crítico nos países dependentes.”
—- Ellas Jabbour
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