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CARToons para combater a ditadura dos automóveis

Jornal baiano, e um dos mais antigos do Brasil, entrevistou o cartunista Andy Singer para entender como seu humor ácido virou referência para cicloativistas, ambientalistas e ativistas no mundo todo

Por Caroline Magalhães, no Jornal A Tarde

Passar horas preso em um engarrafamento ou tentado se deslocar para algum outro ponto já virou rotina em muitas cidades brasileiras e também em outros países. Se essas situações levam muita gente a ficar estressada, elas servem de inspiração para o cartunista americano Andy Singer. O problema da mobilidade urbana é motivo de sátira no primeiro livro de Singer traduzido para português: CARtoons – Atropelando a Ditadura do Automóvel. O livro será lançado hoje, às 19h, no Instituto Goethe, no Corredor da Vitória, com a presença do autor. Logo após o lançamento haverá uma roda de conversa.

Carro x bike

A obra de Singer expõe as ruas lotadas por carros das cidades grandes, assim como apresenta a bicicleta como solução para a “ditadura dos automóveis” – o próprio Andy não tem carro e é adepto do uso da bike. “Quando você anda de bicicleta, você nota o problema dos carros. Eles são muitos, ocupam nosso espaço público, matam pessoas. Por isso, além de questões de saúde e para ter mais contato com as pessoas, eu escolho usar as bikes”, conta o cartunista. CARtoons possui, além dos desenhos tipicamente em preto e branco, reflexões sobre problemas ambientais e a indústria dos automóveis

Originalmente publicado em 2001, CARtoons chega ao Brasil pela editora Autonomia Literária e Avocado Edições com o apoio da Fundação Rosa Luxemburgo, que trouxe o artista para Salvador. Para Cauê Amori, editor da Autonomia Literária, uma das razões para publicar o livro no Brasil foi o bom humor com que Singer trata dos problemas da mobilidade urbana. “Ele satiriza aquilo a que já estamos acostumados, que é ficar duas ou três horas dentro de carros ou ônibus todos os dias. Hoje, isso é um problema global. Por isso, mesmo sendo americano, (ele) tem muitos fãs aqui no Brasil”, afirma.

A opção de abordar assuntos sérios com um senso de humor ácido tem um propósito. “Quando você faz alguém rir, você desarma a pessoa. Nós pensamos que sabemos de tudo, mas ver algo engraçado te faz perceber: ‘Isso realmente é ridículo’”, explica Singer, que já foi publicado em jornais como o The Washington Post e revistas como a The New Yorker. Singer também está participando de algumas atividades do Fórum Social Mundial.

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